Abre-alas#11
Em episódio da décima temporada de Segura a onda, Larry David, do alto de seu mau humor incorrigível, decretou o prazo máximo de 3 dias após o 31 de dezembro para que ainda fosse permitido desejar feliz ano novo a quem quer que seja. Como ele decidiu encerrar a série, me sinto à vontade para ignorá-lo e ferir a regra, mesmo a essa altura de janeiro. Como é nosso primeiro encontro de 2025, a newsletter vai desejar sim um ótimo ano para todos. E olhar um pouco para trás, para ajudar a enfrentar o que nos aguarda daqui em diante. Começamos com um balanço das atividades da Acaso Cultural e as perspectivas que chegam com este novo ciclo. Em seguida, passamos para um breve guia de momentos marcantes da ficção seriada televisiva no ano que passou.
E vamos ver se juntos, nesse ano e nos próximos, a gente não chega onde quiser.
Boa leitura e um 2025 especial a todos!
Alexis Parrott - edição e textos ✅
Mais um ano de Acaso
Em 2025, segue firme nosso projeto de convivência e reflexão em torno da cultura e das artes
O ano que terminou foi de trabalho, consolidação e realizações para a Acaso Cultural. Ao longo dos últimos 12 meses, o salão de nossa sede acolheu encontros de corais, feira de livro e lançamentos de publicações, inúmeras apresentações musicais, debates e seminários, chamadas de originais, oficina artística e discussão política. Poesia, música, pensamento e leitura propiciaram encontros e boas surpresas.
A celebração do centenário de Kafka, organizado pela professora e pesquisadora da UFF, Susana K. Lages, abriu espaço para uma reflexão sobre o legado do autor de A metamorfose e O processo; e a ocasião dos 80 anos de Chico Buarque foi motivo de festa, com show tributo visitando seu repertório na voz de Luciana Coló, acompanhada do violão de Marlon Mouzer e com Yuri Lima na percussão.
A exemplo da sempre frutífera parceria com o IDEA, Programa de estudos avançados da ECO/UFRJ, a colaboração com o coletivo IndRio, de editoras independentes do estado do Rio de Janeiro, rendeu a primeira edição do Sábado Literário com oficinas, rodas de conversa e lançamentos, além da participação da Editora ACASO na Bienal do Livro de Volta Redonda, em abril. Do nosso prelo, 2024 testemunhou o lançamento de O corpo nu dos moribundos, do escritor mineiro Emerson Maia; e Necrológio, novo romance de Pedro Sasse, vencedor do Prêmio Le Blanc de melhor ficção especulativa e nosso Coordenador de Livros.
Em seu segundo ano de encontros mensais, o projeto Do que falo quando falo de poesia, com curadoria de Daniel Massa e Gabriel González, colocou o poema na ordem do dia ao abrir espaço para um olho no olho e conversas ao pé da página com poetas de várias gerações e estilos. Nomes como Leila Danziger e Carlito Azevedo participaram do projeto, que fechou 2024 com uma edição especial e botou pra ferver com a homenagem à poeta, jornalista e letrista, parceira de Cazuza e Lobão, Ledusha.
O comprometimento com a análise séria e o empenho em criar pontes entre o pensamento acadêmico e a comunidade continuou pautando a terceira edição do ciclo de debates Brasil em Jogo. Temas sensíveis com potencial de intervenção nas eleições do executivo e câmaras municipais foram apresentados e discutidos por especialistas de diversas áreas, como as articulações entre evangélicos e católicos e a coletividade LGBTQIA+; iniciativas e presença da mídia alternativa; mudanças climáticas; a espetacularização da esfera pública digital; juventude e atuação política; cidadania e regulação cultural. Atentos aos movimentos e jogadas da geopolítica mundial, recebemos o professor emérito da UFF Daniel Aarão Reis e o pesquisador e professor de História da América da UFRJ, Flavio Limoncic, para um debate sobre as eleições presidenciais nos Estados Unidos.
O ano de 2024 foi marcado ainda pela intensificação das obras do nosso anexo, com uma sala de eventos com auditório que estará, em breve, à disposição do público. Neste novo ano, pretendemos também dar início às atividades de um bistrô em nossa sede, para “oferecer à comunidade um ambiente de encontro estimulado pelo prazer da boa mesa”, segundo a Coordenadora de Saberes da Acaso, Marcela Miller.
Com a sala de eventos vamos ampliar as possibilidades de ocupação da Acaso e reafirmar nossa vocação musical, até agora marcada pelas rodas de samba e choro promovidas ao longo de 2024. Investir em cultura é investir num Brasil melhor e acreditamos que o saber, qualquer que seja, se constrói melhor na troca entre os indivíduos, garantindo assim a tal diversidade também no pensamento. Queremos ser esse espaço que promove encontros e reflexões baseados nas trocas, fundamentais para o enriquecimento de nossa vida em sociedade.
Marcela Miller, Coordenadora de Saberes da Acaso
Em 2025 a vida segue e o trabalho continua, com a mesma dedicação e mais livros, arte, cursos, poesia, música, seminários e espetáculos. Como ensinou Antonio Cicero, do diálogo que nasce dos encontros e trocas, com a cabeça e braços abertos, “a gente faz um país”. (AP)✅
Outras informações:
acasocultural@gmail.com
A sede da Acaso Cultural fica em Botafogo, no Rio de Janeiro, em um casarão restaurado do início do século XX. Em breve, contará ainda com um anexo especialmente projetado para receber eventos variados – música, teatro, palestras, simpósios, congressos. É um espaço multiartístico completo, com hall de exposições, salas de aula, espaços para coworking, um ponto de venda de livros, revistas, discos, CDs, e outros objetos de arte e cultura relacionados ao acaso.
Venha nos conhecer, estamos na Rua Vicente de Sousa 16, Botafogo, Rio
Enquanto isso… em Brasília
O governo Lula realizou neste 8 de janeiro uma série de solenidades para marcar os dois anos dos ataques golpistas que vandalizaram as sedes do executivo, judiciário e legislativo, no Distrito Federal. A agenda teve início com a apresentação do relógio de Dom João VI e da pintura As mulatas, de Di Cavalcante, peças restauradas após a depredação sofrida naquela ocasião; e terminou com uma manifestação popular de abraço simbólico à Praça dos Três Poderes. O maior ato de desagravo à democracia brasileira, entretanto, já havia ocorrido no domingo, quando Viola Davis anunciou o Globo de Ouro de melhor atriz para Fernanda Torres, pela interpretação no filme Ainda estou aqui, de Walter Salles. Vibrar por tal reconhecimento é honrar a luta de Eunice Paiva e a memória de Rubens Paiva, cujo assassinato pela ditadura militar, em 1971, é exposto no filme. Celebrar essa conquista significa, sobretudo, rechaçar o falso discurso patriótico e os crimes cometidos por kids pretos e golpistas fantasiados de verde e amarelo. (AP)✅
As melhores séries de 2024
2024 já era, mas ainda dá tempo de publicar mais uma lista; especialmente como esta, de séries. Como os títulos seguem disponíveis nas plataformas de streaming, trata-se de lista com prazo de validade estendido. Entretanto, permanece o real problema a ser enfrentado, a propriedade e oportunidade da própria ideia de lista. Lembra o aforismo de Churchill, que afirmou ser a democracia a pior forma de governo, excluídas todas as outras. Listas são assim também; deficientes, porque sempre incompletas (no caso de produtos da indústria cultural, ninguém viu tudo, ninguém leu tudo, ninguém sabe tudo), mas ainda a forma mais acessível e inteligível de organizar qualquer tipo de retrospectiva. Nascem autoritárias, mas se tornam democráticas quando debatidas, confirmadas ou questionadas pelo leitor.
Do muito que vi e do pouco que sei, vale destacar a epidemia de realismo mágico que assolou o streaming nos últimos meses do ano, indicando uma possível tendência para 2025. O Max/HBO transformou o clássico Como água para chocolate em novelão e a Netflix apostou no gênero em duas frentes. Uma honesta adaptação de Pedro Páramo, com a estreia segura do fotógrafo Rodrigo Prieto na direção; e o passo ousado de transformar em minissérie aquele que pode ser considerado o grande romance latino americano, Cem anos de solidão, do Nobel Gabriel Garcia Márquez, uma década após sua morte e sob a supervisão dos filhos.
Enquanto vivo, o autor se recusava a negociar os direitos da obra por considerá-la inadaptável, a começar pela extensão. O formato seriado resolveu a questão, mas o acerto parou por aí. A riqueza simbólica das crônicas da família Buendía foi mal traduzida em grandiloquência visual, tornando o drama e o subtexto político coadjuvantes frente à exuberância da paisagem e da reconstituição de época, esquecendo que toda a literatura de Garcia Márquez foi criada em torno da denúncia de uma certa precariedade do mundo e da desilusão. Até seus finais felizes são desajeitados. Ser fiel não significa apenas contar a história como está no livro. Faltou à série uma leitura mais autoral e menos espelhada em Hollywood, como as incursões realizadas por Ruy Guerra no universo de Macondo.
Sob este aspecto, Cem anos... é representativa também de outro veio do qual o ano foi pródigo: as séries que parecem boas, mas não são. Mesmo com diretores consagrados e conceitos ambiciosos, algumas produções se perderam em maneirismos vazios (Ripley, da Netflix; e Sugar, da Apple TV+); camuflaram suas deficiências na barra das saias de um elenco estrelado (O casal perfeito, da Netflix; e Disclaimer, da Apple TV+); não tiveram coragem de ir a fundo no caminho que escolheram seguir (Pinguim, da Max/HBO; que começou querendo ser Sopranos, mas no segundo episódio já era Gothan); ou confundiram biografia com hagiografia (Senna, da Netflix).
Mas houve bons momentos. Listadas em ordem aleatória, estas são as dez séries que mais me marcaram no ano que passou:
O museu – Bellas artes (Disney+)
Depois de Nada, os argentinos Mariano Cohn e Gastón Duprat voltam à carga para zombar das idiossincrasias da vida atual, novamente por meio da personalidade rabugenta de um protagonista memorável, interpretado agora pelo eterno cidadão ilustre Oscar Martínez. Ao assumir a diretoria de um Museu de Arte Contemporânea em Madri, um experiente curador é forçado a enfrentar imposições próprias do debate público de nosso tempo, como a disputa entre o valor estético e comercial da arte; a radicalização dos identitarismos; a cultura do cancelamento; e a midiatização de uma máquina estatal hiperburocratizada. Entre o cotidiano do museu e as noites na companhia do gato de estimação Borges, o maior desafio do personagem é o equilíbrio da vida pessoal, com mais lacunas que uma parede de cobogós. O humor fino da série, beirando o cinismo, é de primeira. Se a trama não fosse interrompida de quando em quando por laivos de sentimentalismo, seria obra-prima.
Monsters: The Lyle and Erik Menendez story (Netflix)
A história dos irmãos ricos de Los Angeles que mataram os pais em 1989 voltou a frequentar nosso imaginário em mais um capítulo do projeto político do produtor Ryan Murphy, de recontar a história dos EUA baseada na violência que lhe é inerente e sob ponto de vista queer. Ousada no que conta, mostra e supõe, a minissérie também surpreende pela experimentação formal, com idas e vindas temporais sem que se perca o fio da meada. Merece destaque o quinto episódio, todo ele um monólogo gravado sem cortes do qual não se consegue desgrudar os olhos. Lançado logo após um documentário sobre o mesmo assunto, o programa comprovou a força e influência que a televisão ainda exerce sobre a realidade ao reavivar o movimento pela soltura dos irmãos, puxado por celebridades como Rosie O’Donnell e as irmãs Kardashian, que chegaram a visitá-los na penitenciária em que cumprem a pena perpétua.
Feud: Capote vs. the swans (Disney+)
Segunda temporada da série antológica Feud baseada no conturbado rompimento entre uma gang de furiosas socialites e Truman Capote, após o lendário escritor publicar um artigo sobre o high society novaiorquino na revista Esquire, em 1975. O elenco diz a que veio a cada momento, encimado por Tom Hollander (de The night manager) e sua espantosa caracterização como Capote. Trata-se de outro produto da prolífica lavra de Ryan Murphy, em sintonia com as aspirações políticas do conjunto de sua obra. Depois de Halston (Netflix, 2021), rememorar Capote significa cumprir mais uma escala obrigatória na investigação sobre o Sonho Americano e suas fissuras.
Franklin (Apple TV+)
Minissérie meio subvalorizada que merece uma conferida. Trata do período em que Benjamin Franklin se estabeleceu em Paris como embaixador das forças que lutavam pela independência dos Estados Unidos. Com a missão de conquistar o apoio francês para a causa, o ex-tipógrafo da Filadélfia pintou o sete durante 8 anos, enquanto travava duelos diplomáticos nos bastidores da corte de Luis XVI, às vésperas da Revolução Francesa. Como os bons vinhos que melhoram com o passar do tempo, Michael Douglas está magnético no papel de Franklin, confirmando a desenvoltura exibida em O método Kominsky (Netflix, 2018-2021). Leitura espirituosa e elegante da história, foi baseada em livro da ensaísta ganhadora do Pulitzer Stacy Schiff e dirigida por Tim Van Patten, o criador de Boardwalk Empire que também batia ponto por trás das câmeras dos Sopranos.
A confidente (Max/HBO)
Após o atentado na casa de shows Bataclan, em 2015, a França e o mundo entraram em comoção generalizada. Com a onda de solidariedade, veio também a angústia e a sensação de constante insegurança, abrindo espaço para que emergissem uma série de disfuncionalidades. Baseada na história real da mulher que ficou conhecida como a mitômana do Bataclan, a série desfia a trajetória de Chris (Laure Calamy, de Dix pour cent), voluntária em uma organização parisiense de apoio às vítimas, porém, a partir da fantasia de que também era uma delas. De mentira em mentira, ela conquista o reconhecimento público e transforma a tragédia em chance de redenção pessoal. Solidária e egoísta a uma só vez, é retrato fiel da encruzilhada moral contemporânea em que o individualismo sobressai, talvez por sermos humanos demais.
Bebê rena (Netflix)
Não a melhor, mas provavelmente a série mais relevante do ano, por explorar de forma direta e bem-humorada temas umbilicalmente ligados à onipresença da tecnologia digital em nossas vidas. A exemplo de A confidente, a ficcionalização da realidade (modelo recorrente das narrativas atuais) é instrumentalizada para discutir novas formas de patologias sociais. O ideal perdido da privacidade; a afirmação da identidade em um ambiente hostil à diferença; o desejo de celebritização; e os meios modernos disponíveis para alimentar obsessões são fatores presentes na raiz dos percalços vividos por um comediante fracassado (Richard Gadd) perseguido por uma implacável stalker (Jessica Gunning). Escrita pelo próprio Gadd a partir de passagens autobiográficas, a minissérie é uma obra sincera pelo que expõe do autor, ao mesmo tempo em que desbrava a selva existencial em que estamos enredados. (Texto enviado do meu ifone.)
Black doves (Netflix)
Esta série caótica e alucinada pegou a vaga ocupada no ano anterior por Slow Horses (Apple TV+). Não que os agentes losers do MI-5 chefiados por Jackson Lamb (na interpretação irônico-escatológica de Gary Oldman) tenham ficado menos afiados, mas seria um crime deixar de incluir nessa lista as tarantinescas peripécias dos espiões de aluguel vividos por Keyra Knightley e Bem Whishaw. Tiros, sangue, traições e planos dignos do Cebolinha correm em paralelo aos festejos natalinos em Londres, sem fazer distinção entre as espeluncas fora da lei do leste da cidade e os altos círculos da diplomacia e do poder. Terna, divertida e movimentada, é mesmo uma “bobagem deliciosa”, como declarado em entrevista pela própria Knightley. Para assistir enquanto esperamos o anúncio da identidade do próximo James Bond.
Families like ours (inédita no Brasil)
Primeira incursão na ficção seriada do oscarizado Thomas Vinterberg (de Festa de família e Druk: mais uma rodada), imagina o futuro próximo em que não poderemos mais escapar das consequências do aquecimento global. Acuado com o inevitável avanço do nível das águas, o governo dinamarquês toma a decisão radical de extinguir o Estado, obrigando todos os cidadãos a evacuar a península e o conjunto de ilhas que formam o país e migrarem Europa afora, na condição de refugiados climáticos. A incerteza da situação e o desespero provocam as mais variadas reações. Famílias são obrigadas a se separar à sombra de uma escalada de crimes e violência, além da criação de rotas inéditas de tráfico humano. Da noite para o dia, os dinamarqueses se tornam o mais novo alvo do sentimento xenófobo já instalado no continente. Profética, a minissérie anuncia não o fim das distopias, mas a crescente e assustadora probabilidade de que se realizem.
Industry (Max/HBO) – terceira temporada
O cenário inóspito dos bastidores da operação financeira no fictício banco londrino Pierpoint destrincha a atmosfera perniciosa dos ambientes corporativos. Clichês como "vestir a camisa" e "trabalho de equipe" significam apenas a concordância e submissão a regras tácitas de um vade mecum de comportamento e convivência não raro machista, preconceituoso e abusivo. (Leia aqui a crítica completa.)
The bear (Disney+) – terceira temporada
Retomando a narrativa do ponto exato em que havia parado, após a inauguração do restaurante de Carmy (Jeremy Allen White), ao invés de seguir em frente, a trama volta atrás e dá um panorama dos anos de formação do protagonista, desde que deixou Chicago para estagiar em Nova York com o chef Daniel Boulud (em participação especial, interpretando a si mesmo e ensinando que tomilho é o único tempero que um peixe pede) e com a chef ficcional Andrea Taylor (a sempre maravilhosa Olivia Colman). (Leia aqui a crítica completa.)
Menções honrosas
A amiga genial (Max/HBO) – quarta temporada
Todo o fascínio da tetralogia literária de Elena Ferrante alcança o ápice em seu desfecho. O elenco maduro que assume os papéis de Lenù, Lila, Nino e demais personagens encanta pelas novas nuances que adicionam, sem se desconectar das versões mais jovens presentes nas temporadas anteriores. A Nápoles áspera em que vivem, ameaçada por terremotos, pelo crime organizado e pelas inevitáveis decepções que a vida é capaz de trazer, só não abala a ligação profunda das duas protagonistas, com tudo de bom e ruim que isso traz a reboque.
Justiça (Globoplay) – segunda temporada
O conceito agora consolidado de fazer um rodízio de cidades por onde circulam os personagens de cada temporada significa um respiro do lugar comum de nossa teledramaturgia, acostumada a se fixar entre Rio, São Paulo e cidadezinhas fictícias do interior. É um achado mostrar o céu de Brasília e sua paisagem urbana única, dramática por natureza, emoldurando a narrativa. Para a próxima temporada, qual será a cidade escolhida?
Ninguém quer (Netflix)
Mais uma vez brilha o carisma de Kristen Bell (de The good place e Veronica Mars) no veículo que lhe cai como uma luva, a comédia romântica. Circulando pelos bairros privilegiados de uma Los Angeles idílica, ela agora é uma podcaster em ascensão que se apaixona por um rabino (Adam Brody). Em nome do amor, irá enfrentar os desafios de sempre (família, inseguranças, idealizações...) acrescidos do inevitável choque cultural e religioso entre judeus e gentios. Destaque para a participação sempre hilária de Timothy Simmons (o Jonah, de Veep) e Justine Lupe (a Willa, de Succession).
Segura a onda (Max/HBO)
Após 12 temporadas, Larry David colocou um ponto final na série que vinha nos divertindo e revoltando há 24 anos. Com direito até a participação especial de Bruce Springsteen, a última temporada não decepcionou e se manteve fiel à trajetória construída, rindo do constrangimento e do inapropriado. Na berlinda como sempre, o alter ego de David é obrigado a purgar vários pecados, além de fazer um justíssimo mea culpa pelo decepcionante desfecho de Seinfeld, ainda hoje não digerido pelos fãs. (AP)✅
Rápida e rasteira
Agora sob o controle das filhas de Silvio Santos, o SBT deflagrou um processo massivo de demissões e tem investido em contratações de peso para integrar seu elenco. A exemplo de Datena, nomes conhecidos como Tiago Leifert, Ana Furtado, Boninho e, possivelmente, Rodrigo Faro estarão em breve dando as caras em atrações do canal. Aproveitando assim o refugo de Globo, Band e Record, 2025 promete trazer um punhado de novidades velhas para a programação da emissora. (AP)✅
Não tem erro, é sempre precisa e relevante. À altura de um projeto do tamanho da Acaso.
Aproveitei para verificar que não vi _nenhuma_ das séries da lista… Vou me atualizar!