Acaso Cultural
#10 | A literatura entre festas e feiras | Dia da Consciência Negra | Cinema - O quarto ao lado
Abre-alas#10
Fechando uma das semanas mais complexas do ano no Brasil, a ACASO Cultural newsletter chega à sua décima edição.
Na terça-feira que marcou o último dia do G20 no Rio, tomamos conhecimento do complô encabeçado pelo General Braga Netto para assassinar o Presidente Lula, o vice Alckmin e o Ministro do STF Alexandre de Moraes, peça integrante de um golpe de Estado planejado por aliados de Bolsonaro, após as eleições de 2022. A incompetência dos golpistas não só evitou que o tal “plano punhal verde amarelo” fosse levado adiante, como deixou um rastro de pistas comprovando a intentona. Em boa hora, o resultado das investigações levou à prisão de envolvidos e ao indiciamento de 37 pessoas, incluindo o próprio Bolsonaro; seu comparsa, o General Heleno; o presidente do PL, Waldemar Costa Neto; e até um padre influencer de Osasco, com milhares de seguidores nas redes sociais. Fiquemos atentos aos desdobramentos dessas prisões e indiciamentos, mas também aos nomes que vêm à público para defender os implicados: quem defende golpista, golpista é.
A semana foi marcada ainda pela divulgação dos resultados da 6ª edição da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, revelando uma situação preocupante. Tivemos também pela primeira vez como feriado nacional a comemoração do dia da Consciência Negra, valorizando a luta antirracista e reconhecendo as tradições afro-brasileiras como peças centrais na formação de nossa cultura. Nessa linha seguimos - e vamos ver se juntos a gente não chega onde quiser.
Boa leitura!
Alexis Parrott - Editor e redator ✅
A literatura sobe ao palco
Enquanto festas e feiras literárias se multiplicam, nunca se leu tão pouco no país

O Brasil vive uma febre de eventos literários. Em sua maioria, não apenas são formatados à imagem e semelhança da FLIP como também incorporam, a partir do próprio nome, o mesmo espírito de festa e o desejo de abrangência internacional. E dá-lhe FLI isso, mais FLI aquilo outro, criando uma ciranda alfabética de acrônimos para nominar iniciativas de variados portes, repercussões e orçamentos; mas sempre em torno da referência maior que se tornou a festa de Paraty. Só de FLIMs, uma busca rápida pela internet revela no mínimo 5 congêneres, em 4 estados: as festas literárias de Maricá, Maringá, Mambucaba e do Vale do Mucuri, mais a festa literomusical de São José dos Campos.
Há também as FLIs que trocam apenas a vogal da sigla. Consolidam-se não como copycat, mas contraponto, como a FLUP (Festa Literária das Periferias), o FLOP (Fórum das Letras de Ouro Preto) e a FLAP (Festa Literária de Araras na Praça), indicando outras abordagens e pontos de vista. Manifestam uma natureza politizada e de acesso público que a FLIP nem sempre foi capaz de concretizar ao longo de sua história.
Inspirada no Hay Festival do País de Gales, a FLIP foi um sucesso desde a primeira edição, em 2003, quando chamou atenção pelo ineditismo dos convidados estrangeiros. Nomes como Julian Barnes, Hanif Kureishi, Don de Lillo e Eric Hobsbawm flanaram pelas ruas de pedra de Paraty ao lado de autores nacionais do calibre de Milton Hatoum, Luiz Ruffato, Luiz Fernando Veríssimo e Bernardo Carvalho, além dos saudosos Ferreira Gullar e Millôr Fernandes. O auditório de 200 lugares reservado para as conferências e debates se mostrou minúsculo para o público de 6 mil pessoas que, surpreendentemente, acorreu à cidade. De lá para cá, os números só aumentaram: este ano, 27 mil pessoas compareceram para prestigiar uma lista de 79 autores participantes, contra os 24 da edição de estreia.
A FLIP significou uma virada sem volta e as festas substituíram as feiras no imaginário nacional como modelo prioritário para denominar e conceituar os encontros abertos em torno da literatura. O livro assumiu papel coadjuvante e escritores e escritoras, espetacularizados, ganharam o status definitivo de estrela, em paralelo com outras figuras da vivência artística. Como bem notou o editor de livros da Folha, Walter Porto, a mais recente edição da FLUP, trouxe “palestras de nomes centrais da produção de livros e teses acadêmicas, mas procurou tratar com igual importância experiências que brotavam de outros lugares sociais”. Segue esta mesma linha conceitual a FLI de Maricá, cuja mesa de abertura da nona edição colocou lado a lado a tapeceira maricaense Ilma Macedo da Costa e o autor best-seller Itamar Vieira Jr. (de Torto arado e Salvar o fogo).
(Daí a suprema importância da curadoria, responsável por determinar cara e alma de cada festival, escaneando o mundo para levantar as perguntas que precisam ser feitas e zelando para que a coerência não se perca de uma edição para outra, de uma mesa para outra. Selecionar participantes e homenagens constitui uma arte e um jogo: da lista dos sonhos até à lista possível, alguma decepção estará sempre a um passo de distância. Percalços de ordem pessoal, de mercado, política ou ideológica sempre hão de pintar durante o processo de combinar egos, agendas e idiossincrasias. Não há fórmula perfeita, mas resta questionável a atitude daqueles curadores que não se constrangem em incluir a si mesmos na programação.)

Mesmo com toda demonstração de força das festas literárias, as feiras também seguem vivas. Além das bienais e dos tradicionais eventos de vendas de livros com desconto (da USP e Unicamp, por exemplo), Porto Alegre emplacou em 2024 a 70ª edição de sua feira, com 79 bancas de livreiros e editoras e os tradicionais balaios, com saldos e promoções, posicionados em frente aos estandes dos participantes. Na direção oposta, a FLIP esteve no centro de uma grande controvérsia, colocando em risco a parceria com as editoras independentes. Para a festa desse ano, determinou-se a montagem de seus estandes em um local escondido, após a cobrança inédita de luvas de adesão. O dinheiro arrecadado seria destinado a uma ONG da cidade mas, na prática, a maior beneficiária das novas medidas seria a livraria oficial do evento, com a provável diminuição da concorrência nas vendas.
Considerando todas as regiões do país e pensando até em bairros de grandes cidades (a exemplo da Vila da Penha, em SP, e Santa Teresa, no Rio, que também sediam eventos literários), Minas Gerais é uma das UFs mais prolíficas na criação e manutenção de feiras, festas e festivais do tipo. A começar pela Festa da UFMG e o FLOP da Universidade Federal de Ouro Preto, se espalham de um canto a outro do estado: FLI-BH; FLITI, em Tiradentes; FLIC, em Campanha; FLIT, em Três Marias; FLICAR, em Carmo de Minas; FLIG, em Guaxupé; FLIB, em Baependi; FLIF, em Pouso Alegre; FELIV, em Viçosa; e FELITA, em Itapecerica - para ficar apenas em uma dezena.
Como Minas são mesmo muitas, há também aquelas cuja denominação já é autoexplicativa, como Fliaraxá, Flitabira, Fliparacatu e Flipoços. Com exceção desta última (que já existe há 2 décadas em Poços de Caldas), são organizadas por uma única associação, nascida na esteira do know-how do longevo projeto belorizontino Sempre um papo. Este mesmo CNPJ - um destaque no cenário mineiro do empreendedorismo literário - rompeu as fronteiras do estado e inaugurou em maio, na região serrana fluminense, mais uma unidade da franquia, a Flipetrópolis. A expansão indica não apenas a profissionalização da produção desse tipo de evento, mas também um caráter industrial de linha de montagem, sugerindo que entrar no ramo deve ser também um bom negócio.
Não me convidaram para esta festa?
Divulgado esta semana, o resultado da 6ª Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil trouxe preocupante diagnóstico. Pela primeira vez no país há mais gente que não lê do que gente que lê (53% X 47% da população), consolidando um decréscimo de 11,3 milhões no número de leitores desde 2015 e, desse total, 7 milhões apenas nos últimos 4 anos. A pesquisa considera como leitor quem, nos últimos três meses, leu pelo menos um livro, nem que seja pela metade ou mesmo algumas páginas. Se computados apenas aqueles que foram até o final do livro, os números caem ainda mais, atingindo o patamar de 27%. Na proporção inversa destaca-se um indicador de consumo, igualmente significativo: entre os brasileiros, 81% não compraram livros nos últimos 3 meses, enquanto 40% afirmaram nunca ter comprado um só volume.
É impossível ignorar o descompasso entre os percentuais de leitura e a proliferação das festas e festivais dedicados à literatura. Segundo levantamento do Ministério da Cultura, há hoje mais de 300 eventos literários em atividade no país, na maioria beneficiários de recursos provenientes de renúncia fiscal, por meio de leis e editais de incentivo à cultura, ou de algum tipo de fomento de entidades governamentais. Ou seja, de dinheiro público.
É preciso estabelecer um debate franco, público, sobre o papel efetivo das FLIs nas políticas de formação e enfrentamento das questões e problemas relacionadas à leitura. Sem interferências na liberdade curatorial, elas devem estar ombro a ombro com escolas e bibliotecas no front dessa batalha. A leitura não pode estar apenas nas rubricas de “contrapartida”, também precisa subir ao palco. (AP)✅
Para conferir:
Conferência de abertura da FLIP 2024: Luiz Antônio Simas sobre João do Rio
6ª Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil: apresentação e resultados
Enquanto isso… na Serra da Barriga

Milhares de pessoas se reuniram no local que um dia foi o Quilombo dos Palmares (hoje Parque Memorial, em Alagoas) para comemorar o 20 de novembro e celebrar a cultura afro-brasileira em diversas performances. Para o diretor da Fundação Cultural Palmares, Nelson Mendes, o decreto promulgado por Lula em dezembro passado, transformando o dia da consciência negra em feriado nacional, “significa o reconhecimento, por parte do Estado brasileiro, da contribuição do povo negro para a cultura nacional”. A líderes espirituais de religiões de matrizes africanas foram concedidos o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Alagoas, em reconhecimento à luta contra a intolerância religiosa. Ao som do hino nacional, foram depositadas flores aos pés da estátua de Zumbi, senhor das demandas e emblema maior da resistência dos povos negros no Brasil. Porque quando Zumbi chega é Zumbi quem manda. (AP)✅
Agenda Acaso Cultural
Programação novembro/dezembro na sede da Acaso
(Eventos com entrada franca e serviço de bar disponível)
LIVROS | Lançamentos
Dia 23 de novembro | sábado | 16 horas
Próxima Estação
poemas de Felipe Crespo | (Editora Minimalismos)
Dia 28 de novembro | quinta | 19 horas
Democracia negociada: política partidária no Brasil da Nova República
de Leonardo Weller e Fernando Limongi | (Editora FGV)
A história política do Brasil, do final da ditadura militar, ao impeachment de Dilma Rousseff. Descrição e análise da formação de partidos, disputa de eleições e da administração dos governos. Um guia para entender o debate político atual à luz da história recente.
Dia 13 de dezembro | sexta | 19 horas
Necrológio
de Pedro Sasse | (Acaso Cultural Editora)
Em sintonia com a tradição do gótico, e em diálogo com referências que vão de A Divina Comédia a Sandman, passando por diversos mitos do pós-morte, este romance fará pensar se você realmente está sozinho enquanto o lê.
Dia 19 de dezembro | quinta | 19 horas
Maquiagem Cênica: Técnicas, processos e procedimentos
de Márcio Desideri | (Editora Viena)
DO QUE FALO QUANDO FALO
de poesia
(Ano II)(Curadoria de Daniel Massa e Gabriel González)
Dia 23 de novembro | sábado | 19 horas
Com a presença das poetas Luiza Leite e Clarisse Lyra
Dia 07 de dezembro | sábado | 19:30 horas
Edição comemorativa DISCO NO RISCO: homenagem aos 70 anos de LEDUSHA.
Dia 26 de novembro | terça | 19 horas
TERCEIRA EDIÇÃO DO CICLO
BRASIL EM JOGO
Tema: Mídia e Comunicação
Pensamento decolonial e modos de BuenVivir com a Comunicação
Debatedores:
Danielle Furlani (autora de artigos sobre feminismo e antifeminismo e sua relação com a política brasileira)
Francisco Gomes (indigenista do Museu dos Povos Indígenas)
Mediação de Eula T. Cabral (pesquisadora da Fundação Casa de Rui Barbosa)
MÚSICA
Dia 1º de dezembro | domingo | 18 horas
Roda de samba com o grupo
REVERSODia 06 de dezembro | sexta | 19 horas
Voz e violão com
FÁ TEIXEIRA e DALTON
SABERES E FAZERES | Cursos e oficinas presenciais
SEMPRE ÀS TERÇAS
| 10 às 12:30 horasCurso de Bordado
com Maria Fernanda Carvalho
Aulas avulsas ou Pacote mensal
Outras informações:
acasocultural@gmail.com
A sede da Acaso Cultural fica em Botafogo, no Rio de Janeiro, em um casarão restaurado do início do século XX. Em breve, contará ainda com um anexo especialmente projetado para receber eventos variados – música, teatro, palestras, simpósios, congressos. É um espaço multiartístico completo, com hall de exposições, salas de aula, espaços para coworking, um ponto de venda de livros, revistas, discos, CDs, e outros objetos de arte e cultura relacionados ao acaso.
Venha nos conhecer, estamos na Rua Vicente de Sousa 16, Botafogo, Rio
Crítica - Cinema
O quarto ao lado
Uma investigação sobre a morte, em tratamento minimalista e sem concessões ao melodrama.
O quarto ao lado, filme mais recente de Almodóvar e o primeiro longa em inglês de sua filmografia, tem provocado reações diversas: do deslumbramento a partir da conquista do Leão de Ouro em Veneza até à decepção de uma certa crítica, que prefere se basear em expectativas pessoais. Publicadas na imprensa ou recitadas em canais do Youtube, algumas dessas resenhas vêm reclamando de uma sensação de estranhamento causada pela língua, como se a marca almodovariana fosse algo intraduzível, passível de existir ou fazer sentido apenas em espanhol. Querem ver artificialidade onde há de fato a objetividade como método para uma investigação sobre a morte, em tratamento minimalista e sem concessões ao melodrama.
A correspondente de guerra Martha (Tilda Swinton) pede à amiga de juventude Ingrid (Juliane Moore), escritora de sucesso, que a acompanhe a um retiro para que passem juntas seus dias derradeiros. Desenganada, está disposta a findar com a própria vida, antes que o câncer terminal o faça. De forma melancólica, a inevitabilidade da morte se faz presente em cada plano, e preparar-se para ela significa não apenas organizar e planejar, mas também adornar-se para ir ao seu encontro.
Para o cineasta, anjos não são em preto e branco, como os que flanam pela Berlim de Wim Wenders. Surgem de onde menos se espera e são de carne e osso: um motorista de táxi; o desconhecido que extermina uma cobra em um canto escuro da cozinha; ou uma amizade do passado que retorna, como nesse caso. Um jogo de reflexos com o vidro das janelas imprime um ar de fantasmagoria às atrizes, que dialogam e se movimentam como se já nem estivessem mais por aqui. Uma, a morta-viva; a outra, um desses anjos.
São dois pontos de vista distintos. Enquanto Martha encontra companhia para dar sentido aos últimos momentos terrenos, Ingrid encara o temor que a morte lhe provoca. Nos filmes do Almodóvar da juventude à maturidade a morte se manifestava no âmbito da funcionalidade e da metáfora, como elemento narrativo do thriller policial ou como chave melodramática extrema. Para o Pedro atual, sênior e já septuagenário, tornou-se tema e questão existencial palpável. Corre hoje em paralelo e peso equivalente à força vital da amizade, representada recorrentemente em sua obra como uma espécie de simbiose.
Neste sentido, Almodóvar ecoa o filósofo italiano Giorgio Agamben, que define o amigo não como um outro eu, mas uma alteridade fundada no mesmo: “amigos não condividem algo; eles são com-divididos pela experiência da amizade”. São partilhados, salvos e transformados, ao ponto de um se tornar o outro, embora sem abrir mão de si mesmo. Em entrevista recente, o diretor chegou a definir a amizade como um sentimento maior que o amor, por se abster das complicações típicas enfrentadas pelos amantes.
Justamente pelo laço que renasce entre as protagonistas, salta aos olhos a conexão com Mães paralelas (2021), temperada ainda pelo contraponto entre a morte e a gravidez. Mas a sororidade sempre esteve presente, muito antes do termo virar moda. É centro do palco em filmes como Mulheres à beira de um ataque de nervos (1988) ou Tudo sobre minha mãe (1999). Porém, há um outro diálogo, menos óbvio, com Dor e glória (2019), porque o medo da personagem condenada pela doença não é da morte, mas da dor que a antecederá se não tomar as rédeas da situação.
Para nós brasileiros, a chegada de O quarto ao lado teve o impacto ampliado. Um dia antes da estreia do filme no país, fomos tomados de assalto pela notícia da morte de Antonio Cícero. Revelaram-se aos poucos os detalhes não de uma fatalidade, mas da escolha lúcida do poeta pelo suicídio assistido. Vivendo com sintomas insuportáveis do Alzheimer, tomou a decisão antes que não fosse mais capaz de decidir por coisa alguma, evitando uma morte em vida. Conforme advogado por Almodóvar (e pelo bom senso), a eutanásia não deveria ser escrutinada sob lentes da moral ou da religião, mas respeitada como um direito humano fundamental. À pergunta de Martha, se devia contar aos amigos sobre seus planos, Ingrid deu a melhor resposta para a própria questão em jogo: “acho que deve fazer o que quiser fazer.” (AP)✅
Acaso indica
Festival de Cinema Italiano 2024
Assista online gratuitamente a uma seleção de títulos clássicos e inéditos da cinematografia italiana | até 08 de dezembro
SHOW
Fred Martins e Marcos Suzano em BARBARIZANDO GERAL
Terça | 26 de novembro | 19:00 horas
Teatro da UFF | Rua Miguel de Frias, 9 | Icaraí | Niterói
Rápidas e rasteiras
O filme brasileiro sensação do ano, Ainda estou aqui, de Walter Salles, traz no finalzinho uma evocação a Santiago (2007), dirigido pelo seu irmão João. Emoldurando os créditos, a câmera em passeio livre pelos cômodos vazios da casa da infância de Marcelo Rubens Paiva poderia ser a mesma que revelava os ambientes da mansão desocupada dos Moreira Salles, no início do documentário sobre o mordomo da família. Pelo jeito, permanecem unidos irmãos que sonham unidos. (AP)✅
Horas após publicar a notícia da indicação de Elon Musk para o departamento de desburocratização a ser criado no próximo governo Trump, o Guardian anunciou que não irá mais postar no Twitter/X, alegando que “o X é uma rede social tóxica e seu proprietário, Elon Musk, tem usado a influência da plataforma para interferir no discurso político.” A tomada de posição do jornal britânico mostra que a ética no jornalismo ainda não está morta. (AP)✅
A newsletter da Acaso Cultural é um acontecimento (ao acaso do que acontece no mundo). Análises, matérias, programação, recomendações - e tudo tão bem escrito! É mesmo um prazer. Não perco. E recomendo.